Como surgiu o Halloween? De onde ele veio?
O Halloween, como o conhecemos hoje, tem suas raízes no festival pagão celta de Samhain (pronuncia-se “sou-ên”), comemorado na Irlanda e nas regiões britânicas há mais de 2.000 anos. Samhain representava o “final do verão” e marcava o fim da colheita e o início dos dias mais escuros do inverno, celebrado por volta do dia 1 de novembro. Acreditava-se que, durante essa época, o véu entre o mundo dos vivos e o dos mortos estava mais tênue, permitindo a comunicação entre eles. Os celtas praticavam rituais para afastar maus espíritos, colocando máscaras e figurinos para se disfarçarem de almas e assustar esses espíritos malignos. Também acendiam fogueiras para guiar as almas dos mortos e oferecer sacrifícios, buscando proteção para o inverno.
No século VIII, a Igreja Católica, sob o Papa Gregório III, instituiu o Dia de Todos os Santos em 1 de novembro, em uma tentativa de cristianizar a celebração pagã. A noite anterior passou a ser conhecida como All Hallows ‘Eve , que mais tarde derivou para Halloween. A tradição chegou aos Estados Unidos principalmente através de imigrantes irlandeses e escoceses, no século XIX, e com o passar do tempo, foi se popularizando e ganhando contornos mais comerciais, caracterizados por fantasias, “doces ou travessuras” e decorações temáticas.
Características e evolução da comemoração
Com o passar do tempo, o Samhain começou a se transformar e incorporar novas características:
- Vestimentas e Máscaras: Usadas para enganar ou afastar os espíritos, originando o uso de fantasias no Halloween moderno.
- Lanternas: As abóboras iluminadas, conhecidas como Jack-o’-lanterns, simbolizam a prática de esculpir nabos e colocar velas dentro para afastar os espíritos.
- Pedir Doces: O costume de “doces ou travessuras” originou-se nas práticas de “souling” da Idade Média, onde crianças e pobres pediam bolos em troca de orações pelos mortos.
Com o avanço da cristianização das tribos celtas e a expansão do Cristianismo pela Europa, a Igreja Católica estabeleceu o Dia de Todos os Santos, em 1º de novembro, e o Dia de Finados, em 2 de novembro, para absorver a tradição de Samhain e transformar as práticas em celebrações religiosas. Essas mudanças foram incorporadas em várias culturas, dando origem ao que mais tarde seria o Halloween.
Embora muitos participem dessas atividades de forma lúdica e sem intenção de celebrar aspectos sombrios, é inegável que a festa conserva traços de suas origens pagãs, com uma forte ênfase no sobrenatural, em criaturas místicas e em elementos associados à morte e ao medo.
Como chegou até nós?
A tradição do Halloween foi levada aos Estados Unidos no século XIX por imigrantes irlandeses e escoceses, onde foi absorvida pela cultura americana e tornou-se uma festividade popular. Nos Estados Unidos, a comemoração evoluiu com o tempo, ganhando características mais comerciais e populares. Elementos como fantasias variadas, a troca de doces e o conceito de festa e diversão foram promovidos em massa até se tornarem populares em várias partes do mundo. Essa festa hoje é comemorada em 31 de outubro.
Quem está por trás do Halloween? O Que essa “festa” realmente é?
Historicamente, o Halloween tem uma origem claramente ligada ao ocultismo, práticas pagãs e crenças no mundo espiritual. Sua origem remonta ao paganismo dos celtas e suas práticas espirituais de comunicação e proteção contra espíritos malignos. Embora hoje o Halloween tenha se distanciado dessas raízes, na maneira de executar, ele continua a carregar temas associados ao sobrenatural e à morte.
No entanto, para os cristãos, é importante lembrar que esses elementos culturais podem ter implicações espirituais. Elementos como as fantasias, as decorações de esqueletos, abóboras e símbolos de medo e terror mantêm, ainda que de forma menos explícita, uma ligação com temas sobrenaturais.
A quem está direcionada esta comemoração?
Hoje, o Halloween é direcionado principalmente ao público em geral, especialmente crianças, que participam da tradição “doces ou travessuras“. No entanto, algumas práticas mantêm uma conexão com aspectos mais sombrios, e o envolvimento com elementos de terror, morte e bruxaria podem ser vistos como uma dessensibilização a temas sérios para muitos cristãos.
Para alguns grupos, a data ainda é vista como uma celebração espiritual que reforça laços com o misticismo e o ocultismo. Entre os satanistas e praticantes de magia, o Halloween pode ser uma data propícia para rituais, devido à sua associação com o mundo espiritual e o sobrenatural.
O Halloween e o Antigo Testamento
No Antigo Testamento, o envolvimento com práticas ocultistas e de invocação de espíritos é explicitamente condenado:
- Levítico 19:31: “Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus.”
- Deuteronômio 18:10-12: “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominação ao Senhor.”
Essas passagens deixam claro que o envolvimento com práticas de feitiçaria, adivinhação ou necromancia (consulta aos mortos) é contrário à vontade de Deus.
Devem os cristãos se envolver com o Halloween?
O envolvimento de cristãos no Halloween é uma questão controversa. Para muitos, participar das festividades como “doces ou travessuras” e fantasias inofensivas pode parecer uma atividade lúdica e descontraída. No entanto, à luz da história e dos significados por trás das tradições, muitos cristãos escolhem não participar. A Bíblia orienta os cristãos a se afastarem de qualquer prática que possa comprometer sua integridade espiritual e comunhão com Deus:
Efésios 5:11: “E não vos associeis às obras infrutíferas das trevas; antes, porém, condenai-as.”
Halloween: ingênuo ou perigoso? A visão dos pais
Muitos pais cristãos ficam divididos sobre permitir que seus filhos participem do Halloween. Algumas considerações incluem:
- Exposição a Elementos Sobrenaturais: O contato com figuras de terror e elementos macabros pode dessensibilizar as crianças ou despertar interesse em temas mais obscuros.
- Valores Contraditórios: A participação pode enviar uma mensagem ambígua aos filhos, dificultando a distinção entre o que é inofensivo e o que pode ter implicações espirituais.
- Portas Espirituais: A Bíblia adverte que o envolvimento com práticas e símbolos que remetem ao ocultismo pode trazer consequências espirituais indesejadas.
Conclusão: Devem os Cristãos Celebrar o Halloween?
Ao refletir sobre a celebração do Halloween, muitos cristãos chegam à conclusão de que é uma festividade que, em sua essência, não se alinha com a fé cristã. Considerando a orientação bíblica contra práticas ligadas ao ocultismo e à invocação de espíritos, muitos cristãos escolhem alternativas seguras, como celebrações com temas bíblicos, para ensinar aos filhos valores de fé, amor e luz.
Assim, embora o Halloween possa parecer apenas uma brincadeira para muitos, cabe aos pais cristãos analisarem com cautela e discernimento espiritual, sempre buscando orientação na Palavra de Deus e optando por ações que contribuam positivamente para a formação espiritual de seus filhos.
Tomem cuidado com aquilo que parece inofensivo, mas na verdade não é. Tome cuidado, principalmente, com que seus filhos, o que estão assistindo, o que estão ouvindo ou o que eles estão participando.