O Dom de Línguas

Por Marcos B. Dantas

Dom de línguas na Bíblia

Você já se perguntou qual é o significado dos dons de línguas mencionados na Bíblia e como eles foram manifestados na igreja primitiva?  Como é possível que pessoas falem em línguas que não conhecem, mas que são compreendidas por aqueles ao seu redor? Existe uma explicação para esse fenômeno? Como podemos discernir entre uma manifestação legítima dos dons de línguas e uma prática que pode ser confusa ou desordenada na igreja? O Espírito Santo está envolvido nisso?

Bem, poderíamos fazer muitas perguntas, sobre o dom de línguas, mencionado na Bíblia. Então vamos estudar um pouco, sobre esse assunto. Estás preparado? Então vamos juntos nessa jornada.

Dons espirituais e o dom de línguas

Os dons espirituais desempenham um papel fundamental na vida e na prática dos cristãos, conforme descritos na Bíblia Sagrada. Esses dons, como descritos em 1 Coríntios 12, especificamente nos versículos 8 a 10, são vários, mas iremos destacar o dom de línguas, como uma manifestação espiritual que tem sido objeto de debate e interpretação ao longo dos séculos. Este artigo, não de forma exaustiva, busca explorar o significado e a natureza do dom de línguas, conforme descritos nas Escrituras, com base em uma análise de diversos versículos bíblicos.

Função dos dons espirituais

Antes de entrarmos no assunto, propriamente dito, se faz importante entender qual é a função dos dons espirituais e para quem fim esses dons foram concedidos à igreja.

De acordo com Efésios 4:12 a 14, lemos “… com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”.

Portanto o versículo diz, que os dons possuem como função, o aperfeiçoamento daqueles que desempenham seu serviço na obra de Deus. Mas quem seria o responsável em distribuir esses dons? Segundo I Coríntios 12:11, diz: “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente”. 1 Coríntios 12:4, diz: “Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo”. Portando o Espírito Santo de Deus, é o responsável em distribuir os dons, quando necessário, à sua igreja. Por isso a unidade na igreja, porque o Espírito de Deus é o responsável pela distribuição dos dons, e não eu que uso o Espírito de Deus.

Dom de línguas e o Espírito Santo

Vimos que os dons do Espírito são diversos, como escrito em 1 Coríntios 12: 8 a 10, e que o Espírito Santo de Deus é o responsável por distribuir esses dons, conforme lhe apraz.

Dentre esses dons, um deles é sobre o dom de línguas, que será o objeto de assunto desse artigo.

Uma das passagens chave que aborda o dom de línguas, encontra-se no capítulo 2 do livro de Atos dos Apóstolos. Neste capítulo, no dia de Pentecostes, os discípulos de Jesus estavam reunidos em Jerusalém, quando o Espírito Santo desce sobre eles em forma de línguas de fogo. Eles começam a falar em outras línguas, e as pessoas que estavam reunidas, vindas de diferentes nações, ouvem cada uma em sua própria língua nativa (Atos 2:1-12). Esta é uma demonstração do dom de línguas, acompanhada pela capacidade de entender e comunicar o evangelho em diferentes idiomas, capacitando assim a proclamação do evangelho a todas as nações.

O dom de línguas em Atos 2

Em Atos 2, vemos a manifestação do dom de línguas, entre os discípulos de Cristo. Transcorrendo a partir do versículo 5, lemos:

O dom de línguas

“5 Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu.6 Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua.7 Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando?8 E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?9 Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto e Ásia,10 da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem,11 tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?12 Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que quer isto dizer?”

Contextualização

Portanto, lendo o livro de Atos 2, observa se, de forma clara, conforme os negritos grifados acima, que os discípulos de Cristo estavam proclamando as grandezas de Deus em línguas estrangeiras, conforme a presença daqueles que ali se encontravam, ou seja, em suas línguas maternas e não em línguas estranhas, como alguns colocam. O texto de Atos 2, deixa claro que, durante o dia de Pentecostes, o Espírito Santo desce sobre os discípulos de Jesus, capacitando-os a falar em línguas que não conheciam, mas que eram compreendidas pelos ouvintes de diferentes nações reunidas em Jerusalém, como o texto cita: partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, dentre outros. Isso permitiu que o evangelho fosse proclamado de forma poderosa e compreensível às pessoas de diversas origens étnicas e linguísticas.

Alguns poderão dizer, mas Paulo citou línguas estranhas. Bem vamos ver o texto que fala sobre isso?

Em 1 Coríntios 14:2, lê: “Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.”

O dom de línguas em 1 Coríntios 14

O apóstolo Paulo aborda o dom de línguas de forma mais detalhada em 1 Coríntios 14. Ele instrui a igreja de Corinto sobre o uso apropriado dos dons espirituais, incluindo o dom de línguas. Paulo cita no versículo 2, como acima descrito, o falar em outra língua, e que esse que fala, não fala a homens, senão a Deus.

Pois bem, vamos assim interpretar, como sendo uma língua estranha às pessoas, mas, compreensível ao Espírito. Paulo destaca a importância que, caso alguém venha falar em línguas, não compreendida ao ser humano, deve haver interpretação para que todos sejam edificados, para a edificação da igreja e da compreensão mútua durante a adoração, como em 1 Coríntios 14:4-5 e 1 Coríntios 14:13, 27-28. Vejamos:

Pelo que, o que fala em outra língua deve orar para que a possa interpretar” – 1 Coríntios 14:13:

No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete” – 1 Coríntios 14: 27

Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus” – 1 Coríntios 14:28

Paulo, chega até citar, como em 1 Coríntios 14:23, que Deus é de ordem e não de bagunça, dizendo que se pessoas entrarem na igreja, e ver todos falando, em supostas línguas, que achariam muito estranho e ficariam confusas, como se lê: “Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos?

Comparação de Atos 2 e 1 Coríntios 14

Ao comparar os eventos de Atos 2 com as instruções de Paulo em 1 Coríntios 14, podemos identificar semelhanças e diferenças na maneira como os dons de línguas são manifestados e interpretados.

  1. Ambos os capítulos destacam a importância da edificação da igreja. Em Atos 2 a manifestação do dom de línguas permitiu que o evangelho fosse comunicado de maneira eficaz e compreensível, resultando na conversão de muitos. Em 1 Coríntios 14, Paulo enfatiza que os dons espirituais devem ser usados para edificar a igreja como um todo, e não para autopromoção ou confusão.
  2. No entanto, Paulo também traz um equilíbrio e ordem aos dons espirituais em sua carta aos coríntios. Ele instrui que, se alguém falar em línguas, deve haver interpretação para que todos sejam edificados. Ele enfatiza a importância da compreensão e da ordem durante o culto, para que não haja confusão ou desordem.

Conclusão

Os dons do Espírito Santo, como descritos na Bíblia, o dom de línguas, estudo deste artigo, é uma manifestação do poder do Espírito Santo na vida da igreja primitiva. Ela foi dada para capacitar os crentes a proclamar o evangelho a todas as nações e edificar a comunidade de fé. No entanto, é importante exercer esse dom com ordem e entendimento, para que a igreja seja edificada e glorifique a Deus de forma eficaz. A relação entre Atos 2 e 1 Coríntios 14 nos fornece uma compreensão mais profunda desses dons ou desse dom e sua aplicação na vida da igreja.

Deixo aqui um abraço e até breve.

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