Dando continuidade sobre a importância do sábado de descanso semanal no NT (Novo Testamento), temos um outro versículo que fala sobre a importância do sábado de descanso semanal, o qual se encontra no livro Hebreus, capítulo 4. Vejamos.

“9- Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. 10- Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas.” Seria interessante ler todo o capítulo 4 de Hebreus. Embora o autor descreva a superioridade do sacerdócio de Cristo em relação ao levítico, o autor também fala sobre a importância da observância do sábado semanal de descanso. Vejamos.

O autor de Hebreus, começa dizendo que resta uma promessa de entrar no descanso do Senhor, que alguns haviam falhado. Percebemos que há uma conexão entre o descanso de Deus após a criação, descrito em Gênesis, e o descanso que está disponível para o povo de Deus através de Cristo. Olha o que está escrito no versículo 4, do capítulo: “pois em certo lugar disse ele assim do sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as suas obras;”. No versículo 10, lê: “Pois aquele que entrou no descanso de Deus, esse também descansou de suas obras, assim como Deus das suas.” Ele até adverte os leitores a não endurecerem seus corações como fizeram os israelitas no deserto durante o Êxodo, quando falharam em entrar no descanso prometido por Deus por causa da incredulidade deles.

O autor então argumenta que, embora o descanso sabático ainda esteja disponível para o povo de Deus, ele não é apenas um descanso físico de um dia específico da semana, mas um descanso espiritual encontrado em Jesus Cristo. Ele descreve Jesus como nosso grande Sumo Sacerdote que compreende nossas fraquezas e nos convida a nos achegarmos com confiança ao trono da graça para recebermos misericórdia e graça em tempos de necessidade.

Assim, o foco do capítulo 4 de Hebreus é mostrar que o descanso em Deus não é apenas um conceito do Antigo Testamento, mas uma realidade espiritual disponível para os crentes em Cristo. Ele nos encoraja a perseverar na fé e a confiar em Deus para encontrar descanso para nossas almas, mesmo em meio às provações e dificuldades da vida.

Outro versículo que merece uma certa atenção, se encontra em Mateus 5:17 a 20, que fala sobre a importância da lei no seu todo. Vejamos.

“17- Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. 18- Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. 19- Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus. 20- Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.”

O ensinamento de Jesus registrado em Mateus 5:17-20 é fundamental para entender como Ele se relaciona com a Lei, incluindo os Dez Mandamentos, e como isso se aplica à vida dos seus seguidores. Vamos analisar esses versículos e entender qual o significado que Cristo queria dar.

1. Jesus e a Lei: No início do texto, Jesus afirma que não veio para abolir a Lei ou os Profetas, mas para cumpri-los. Isso indica que Jesus não veio para desconsiderar a Lei, mas para dar-lhe pleno significado e cumprimento. Ele continua explicando que, até que o céu e a terra passassem, nem um único ‘i’ ou til da Lei seria abolido até que tudo fosse cumprido.
2. Cumprimento da Lei: Quando Jesus fala em cumprir a Lei, ele está se referindo a preencher a Lei com pleno significado e propósito. Ele próprio é o cumprimento da Lei e dos Profetas (Mateus 5:17). Em outras palavras, Jesus não veio para abolir a Lei, mas para dar-lhe pleno significado e revelar o coração de Deus por trás dela. Como diz em I João 3:4 – “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei”. E Hebreus 9:22, lemos: “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.”
3. Aplicação do Quarto Mandamento: O quarto mandamento, que trata do descanso sabático, não é especificamente mencionado neste trecho de Mateus 5. No entanto, a abordagem de Jesus à Lei como um todo sugere que ele não veio para abolir o princípio subjacente ao sábado, mas para revelar seu verdadeiro significado espiritual. Ele ensinou que o sábado foi feito para o benefício do homem (Marcos 2:27), e em sua própria prática, frequentemente mostrou misericórdia e bondade no sábado, sem violar o mandamento em si.
4. O Cumprimento em Cristo: A conclusão de Jesus em Mateus 5:20 destaca a importância da justiça que excede a dos escribas e fariseus para entrar no Reino dos Céus. Ele está apontando para um cumprimento mais profundo e verdadeiro da Lei, que só pode ser alcançado através da fé em Cristo e da transformação do coração.

Então como entender o que Jesus quis dizer, em “Ele cumpriu”? Vejamos um pequeno exemplo.

Supomos que há uma determinada via, digo uma rua, literalmente, onde carros trafegam, e cujo sentido dela seja de mão única e de subida.

Pois bem, se eu quiser descer a rua, poderia? Alguns dirão “não” outros “sim”. Eu digo que “sim”, pois existe o que chamamos de “livre arbítrio”.

Agora se eu descer e um guarda de trânsito me barrar, porque estou transgredindo o que a lei de trânsito diz. – aqui, abro um parêntese (se não houvesse nenhuma lei de trânsito, o guarda não poderia me barrar. A lei de trânsito serve para regular o tráfego de veículos em vias públicas, garantindo a segurança dos pedestres e condutores.)

Continuando…Ao guarda me barrar, ele terá o direito de me multar, certo! Pergunto: por que o guarda irá me multar? Porque existe uma lei que diz, que se eu transgredir, o que a lei de trânsito declara, eu serei passivo de multa.

Ok, então o guarda me multa, me dá também uma advertência e eu sigo a minha jornada. Pergunto: após o guarda ter cumprido a lei, no caso de trânsito, me multando e eu seguir o meu rumo, a lei deixou de existir? Então porque alguns interpretam, que ao Jesus ter cumprido a exigência da Lei, a mesma deixou de existir? Não faz nenhum sentido, assim como se eu querer usar esse mesmo raciocínio, em relação ao exemplo dado acima, em relação a lei de trânsito.

A palavra “cumprir” é um verbo que significa realizar, executar, obedecer ou satisfazer algo. Quando cumprimos uma tarefa, estamos concluindo-a de acordo com as expectativas ou requisitos estabelecidos.

Portanto foi exatamente o que Cristo fez. Vejamos.

Romanos 6:23 – “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.”

Hebreus 9:22 – “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão.”

Esses dois versículos, citado acima, destacam dois princípios teológicos fundamentais no Novo Testamento: a consequência do pecado e a necessidade de sacrifício para a remissão dos pecados.

O primeiro, de Romanos 6:23, enfatiza a gravidade do pecado e a dádiva da vida eterna através de Jesus Cristo.

O segundo, de Hebreus 9:22, sublinha a importância do sacrifício de sangue para a expiação dos pecados, um conceito central tanto no Antigo Testamento com os sacrifícios de animais e quanto ao Novo Testamento com o sacrifício de Jesus.

Portanto, Jesus cumpriu o que a Lei exigia, como vimos, acima. O que deixou de existir, foi todo o cerimonialismo que envolvia o santuário terrestre, em relação ao sacrifício de animais e etc., como relatado em Mateus 27:51, Marcos 15:38 e Lucas 23:45.