Pois bem, dando continuidade a parte 1, desse artigo, seria de bom grado, mais de forma sucinta, fazermos uma distinção entre os israelitas e judeus, no contexto do antigo testamento.

Patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó (também conhecido como Israel) são os patriarcas do povo de Israel. Jacó teve doze filhos, que se tornaram os antepassados das doze tribos de Israel.

Tribos de Israel: Os descendentes dos doze filhos de Jacó, que formaram as doze tribos de Israel. Estes eram conhecidos coletivamente como os “israelitas”.

Reino de Israel: Durante o reinado de Saul, Davi e Salomão, as doze tribos estavam unidas em um único reino conhecido como o Reino de Israel. Os israelitas eram todos aqueles pertencentes a qualquer uma das doze tribos.

Após a morte do rei Salomão, o Reino de Israel foi dividido em dois reinos:

Reino do Norte (Israel): Composto por dez tribos, com a capital em Samaria. Esse Reino foi conquistado pelos assírios em 722 a.C., e suas dez tribos foram dispersas.

Reino do Sul (Judá): Composto pelas tribos de Judá e Benjamim, e a tribo de Levi que servia no templo, com a capital em Jerusalém.

Os habitantes do Reino do Sul (Reino de Judá), eram conhecidos como “judeus”. Esse termo deriva de “Judá”, a tribo principal do Reino do Sul. Esse Reino continuou existindo até ser conquistado pelos babilônios em 586 a.C.

Israelitas: Refere-se ao povo descendente de Jacó/Israel, incluindo todas as doze tribos, especialmente antes da divisão do reino.

Judeus: Refere-se especificamente aos habitantes do Reino de Judá e seus descendentes, especialmente após a divisão do reino. Com o tempo, especialmente após o exílio babilônico e o retorno, o termo “judeu” começou a ser usado mais amplamente para se referir a todos os descendentes dos israelitas que praticavam o judaísmo, independentemente de sua tribo original.

Abraão, Isaque e Jacó: Considerados os patriarcas dos israelitas, não “judeus” no sentido estrito, pois viveram antes da existência do Reino de Judá.

Período do Êxodo: Os descendentes de Jacó que saíram do Egito são chamados de “israelitas”.

Pós-Reino Dividido: No período dos reis após Salomão, os habitantes do Reino do Norte eram chamados de israelitas, enquanto os do Reino do Sul eram chamados de judeus.

Pós-Exílio Babilônico: O termo “judeu” começou a ser mais amplamente aplicado, especialmente durante e após o exílio babilônico, quando a identidade tribal se tornou menos proeminente e a identidade religiosa e cultural de Judá/Judeia predominou. Então, após um breve conceito de quem são os israelitas e quem são os judeus, voltemos a questão do sábado, relatado em Êxodo.

“13- Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica. 14- Portanto, guardareis o sábado, porque é santo para vós outros; aquele que o profanar morrerá; pois qualquer que nele fizer alguma obra será eliminado do meio do seu povo. 15- Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o sábado do repouso solene, santo ao Senhor; qualquer que no dia do sábado fizer alguma obra morrerá. 16- Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações. 17- Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento.”

Lemos acima que Deus diz que os israelitas deveriam observar o santo sábado do Senhor, e que este seria um sinal entre Ele e os israelitas e que passaria de geração a geração.

Olhando o contexto desses versículos, estaria mais propenso a dizer que o sábado havia sido dado para os israelitas do que aos judeus. Então porque muitos dizem, quando é citado os dez mandamentos, que o sábado foi dado para os judeus? Pense nisso!

Encontramos inúmeros versículos, no AT (Antigo Mandamento), que faz referência ao santo sábado do Senhor. Colocarei alguns, como referência: Êxodo 35:2-3, Levítico 19:3, Levítico 19:30, Levítico 23:3, Deuteronômio 5:12-15, Neemias 9:14, Neemias 13:15-22, Isaías 58:13-14, dentre outros.

Outro fato importante a ser relatado é não confundir os sábados festivos com o verdadeiro santo sábado do Senhor.

Os sábados festivos, no AT (antigo testamento), se referem a dias de descanso e celebração especial que ocorriam além do sábado semanal. Esses sábados festivos estavam frequentemente associados com as festas religiosas e os anos sabáticos. Portanto não devemos confundir esses sábados festivos com o sábado semanal. Abaixo cito alguns versículos que se referem aos sábados festivos.  Citaremos aqui, como exemplo o livro de Levíticos 23, que relata as seguintes festas: “A Páscoa, As Primícias, O Pentecostes, O dia da Expiação, A Festa dos Tabernáculos.”

“29- Isso vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez dias do mês, afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós. 30- Porque, naquele dia, se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados, perante o Senhor. 31- É sábado de descanso solene para vós outros, e afligireis a vossa alma; é estatuto perpétuo.”

“Isso lhes será por decreto perpétuo: No décimo dia do sétimo mês, vocês humilharão a si mesmos e não poderão fazer trabalho algum, nem o natural da terra, nem o estrangeiro residente. Porque nesse dia se fará expiação por vocês, para purificar-lhes. Então, diante do Senhor, vocês estarão purificados de todos os seus pecados. Será um sábado de descanso solene para vocês, e vocês humilharão a si mesmos; é decreto perpétuo.” Perceba que esse sábado, poderia cair em qualquer dia da semana, pois seria celebrado no dia 10 do sétimo mês.

“24- Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação. 25- Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao Senhor.”

Aqui também vemos uma referência à semelhança da guarda do sábado, mas que cairia em qualquer dia da semana, no dia 01 do sétimo mês.

“26- Disse mais o Senhor a Moisés: 27- Mas, aos dez deste mês sétimo, será o Dia da Expiação; tereis santa convocação e afligireis a vossa alma; trareis oferta queimada ao Senhor. 28- Nesse mesmo dia, nenhuma obra fareis, porque é o Dia da Expiação, para fazer expiação por vós perante o Senhor, vosso Deus. 29- Porque toda alma que, nesse dia, se não afligir será eliminada do seu povo. 30- Quem, nesse dia, fizer alguma obra, a esse eu destruirei do meio do seu povo. 31- Nenhuma obra fareis; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas moradas. 32- Sábado de descanso solene vos será; então, afligireis a vossa alma; aos nove do mês, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado.”

Diga aos israelitas: No primeiro dia do sétimo mês vocês terão um dia de descanso, uma assembleia sagrada, comemorada com toques de trombetas. Não façam trabalho algum, mas apresentem ao Senhor uma oferta preparada no fogo.”

O Senhor disse a Moisés: “O décimo dia deste sétimo mês é o Dia da Expiação. Realizem uma assembleia sagrada, humilhem-se e apresentem ao Senhor uma oferta preparada no fogo. Não façam trabalho algum nesse dia, porque é o Dia da Expiação, quando se faz propiciação por vocês, perante o Senhor, o seu Deus. Quem não se humilhar nesse dia será eliminado do meio do seu povo. Eu destruirei dentre o seu povo todo aquele que fizer algum trabalho nesse dia. Vocês não farão trabalho algum; é decreto perpétuo para as suas gerações, onde quer que morarem. É um sábado de descanso solene para vocês, e vocês se humilharão. Começa na tardinha do nono dia do mês, e vai até a outra tarde.”

Poderia citar outros, mas é apenas uma referência, para não confundir o sábado semanal, santo do Senhor, com os sábados de descanso festivos, ligados a festas e sendo colocado em prática e um dia qualquer da semana.